O tempo passou e ela não
veio!
No refúgio da noite sóbrio
sonhei
Volvi o telhado politonava
Forte barulho se misturava
Estremeci, logo acordei.
Na imaginação o cheiro
penetrava
Fazendo plano me imaginava
Terra molhada cheira
fartura
Alegra a vida da criatura
Foge da frente todo
fantasma.
O dia veio, foi só um
sonho!
O sol ardente dia tamanho.
Adentra a noite rotineira
Com a saudade cavalheira.
Sai dia e entra dia
E nosso clima sempre em estia.
Oportunistas se aproveitam
Dissimulados não respeitam
E aí promove a carestia.
A saudade vem à tona
Deste chão que não choveu
Sofre o pobre sempre mais
Do verde que se escondeu
Pela fonte que secou
A vida que fraqueou
E o criatório que morreu.
Sofre o povo nordestino
Com sua amargura estéril
Sem lágrima pra escorrer,
No presságio do mistério
Sofre o homem de secura
Sofre toda criatura
Contida no hemisfério.
Saudade... Sinto saudade,
Dos respingues a me pingar
Do telhado que afastou
O chuvisco a chuviscar
Quanto tempo ela não veio
Flerto o luar vermelho
Com seu brilho a me ninar.
Tive um sonho muito triste
Que as estrelas se
apagavam
Em seguida era a lua
O sol depois estourava
Finalizando a rotina
Sem a força cristalina
Tudo enfim se consumava.
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