quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Saudade da chuva




O tempo passou e ela não veio!
No refúgio da noite sóbrio sonhei
Volvi o telhado politonava
Forte barulho se misturava
Estremeci, logo acordei.
Na imaginação o cheiro penetrava
Fazendo plano me imaginava
Terra molhada cheira fartura
Alegra a vida da criatura
Foge da frente todo fantasma.

O dia veio, foi só um sonho!
O sol ardente dia tamanho.
Adentra a noite rotineira
Com a saudade cavalheira.
Sai dia e entra dia
E nosso clima sempre em estia.
Oportunistas se aproveitam
Dissimulados não respeitam
E aí promove a carestia.

A saudade vem à tona
Deste chão que não choveu
Sofre o pobre sempre mais
Do verde que se escondeu
Pela fonte que secou
A vida que fraqueou
E o criatório que morreu.

Sofre o povo nordestino
Com sua amargura estéril
Sem lágrima pra escorrer,
No presságio do mistério
Sofre o homem de secura
Sofre toda criatura
Contida no hemisfério.

Saudade... Sinto saudade,
Dos respingues a me pingar
Do telhado que afastou
O chuvisco a chuviscar
Quanto tempo ela não veio
Flerto o luar vermelho
Com seu brilho a me ninar.

Tive um sonho muito triste
Que as estrelas se apagavam
Em seguida era a lua
O sol depois estourava
Finalizando a rotina
Sem a força cristalina
Tudo enfim se consumava.



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