quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Bolo mal dividido




Deus de misericórdia
O seu projeto é essencial
Nem é preciso dizer
O porquê do desigual
Os meus olhos tudo ver
A dura fome a doer
Da ganância nacional.

Pouco caso faz o homem
Do desequilíbrio ambiental 
Do irmão desfalecido
Da fome que é fatal
O pobre sempre esquecido
De tudo desprotegido
Da ganância nacional.

O ganancioso chora
Da crise internacional
O pobre não se abala
Pra ele tudo é normal
O seu ouro não dispara
E muito pouco ele fala
Da ganância nacional.

Vive o homem o desamor
Sem alma emocional
Com gasto sem  precisão
Em pesquisa espacial
O amor vira ilusão
Transforma o coração
Na ganância nacional

Que bolo mal dividido
Que distorção total
Será quando terá fim
Essa briga capital?
Ou será sempre assim
Vivendo tudo ruim
Na ganância nacional. 

Meu amigo do campo

 



Ó meu amigo do campo
Meu pensamento é o teu
Debaixo deste sol quente
Tu zombas feito um ateu
Diante de tal tormento
De tão grande sofrimento
Desanima como eu.

Encima do solo seco
Sem plantar uma semente
Murmurando bem baixinho
Com iras no pensamento
Repudiando sozinho
Com lamúria e sem carinho
As magoas do teu lamento

Vive sempre a reclamar
Da labuta permanente
Reclama a vida e a morte
De todo teu sofrimento
Contudo ainda és forte
Repudia a própria sorte
Da tal pobreza inclemente.

De mim não és diferente
Na minha tenda a clamar
Sou um pobre pecador
Vivo sempre a reclamar
Do trivial desta vida
Das injurias repetidas
Que nos leva a blasfemar.  

Camponês Nordestino


O Camponês nordestino
Tem muita perseverança
Reza desde menino
Sofre desde criança

Suas rezas sempre mais
Pra que chova normalmente,
Pra que salve os animais
E o povo se alimente.

Povo que tanto sofre
Há mais de quinhentos anos
Enfrentando a própria morte
Nos enganos desenganos...

Tanto sofre e não desiste
De morar no seu torrão,
Lágrimas secas, mas persiste
Com amor no coração. 

Se a esperança é verde
Todo verde já secou,
Desafia a própria sede,
Como prova de amor.

Cheio de prantos e mágoas
Às vezes pensa em mudar
No cair de poucas águas 
Faz ele se acomodar.



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O gosto do amor


Amor é bom gosto
Transpira gostoso
Devaneio perfumoso
Do corpo e no rosto.

Retrata um ser em plenitude
Cresce a alegria
Com tanta harmonia
E grande atitude.

Renasce pra vida
Esquece da lida
Com forte emoção.

Comenta com todos
O gosto gostoso
No seu coração.

Amar



Amar é prenúncio eufórico,
Mexe toda coronária
Tem visão imaginária
E desejo categórico.

É um mar sem dimensão
Habitando no abstrato
Sempre vive com maltrato
A ferir o coração.

É verbo que se eterniza
No desejo realiza
Longo alcance na visão

Repleto de fortaleza
Com transparência e beleza
Ver tudo no coração.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sem amor como seria?




Durmo e levanto pensando
Se não existisse o amor?
Maior seria a dor,
E mais e mais aumentando.

Mesmo vivendo o amor
Viver já é doloroso
Sombrio, desastroso
Com prantos de muita dor.

E sem amor que seria?
Sem dúvida um desatino
Uma guerra fria.

Uma promiscuidade,
Com sucessão de maldade
Proliferando noite e dia.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Amor luz do mundo


 


Meus olhos minha luz,
Meu dia meu viver,
Meu sonho minha vida
Na seqüência repetida
Louvo cada amanhecer
Louvo a Deus que me conduz
Pra ta junto de você

Neste mundo alucinante
Que se agrava sempre mais,
O amor que é importante
Vem ficando para traz,
Mas em mim ainda existe
No meu peito ele consiste
Será sempre eficaz.

Farei deveras o possível
Para amar e respeitar
Tenho índole de justiça
Sempre posso perdoar
Recomendo a humanidade
Para um mundo sem maldade
Onde todos possam amar.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O tempo



Não há quem não tenha tempo
De ter um pouco de tempo
Para aproveitar o tempo.

Tudo passa tão rapidamente
Que ninguém sabe o que vai restar
Quando tudo passar...

O tempo é o melhor momento,
Não há melhor presente,
Portanto não pare no tempo
Porque o tempo não pára
E nem sequer despercebe.

Podemos parar o relógio
Podemos atrasar às horas
Mas o tempo se adentra.

Aproveitemos o tempo
Sendo protagonistas,
Para que os contemporâneos
E recém chegados
Nos recorde um pouco mais.  


Certeza e incógnita



Olhos que testemunham
A beleza desta vida,
Fecharão para sempre
Para conhecer a outra...

Semente enterrada 
Com retorno invisível
Suponho ser alma...
Sem tanta certeza.

Homens volúveis
Mulheres ingratas
Filhos impertinentes
Seguindo a jornada

Vida sem retorno
Ida sem caminho
O tempo não espera
E tudo vai passando...

Ser melhor é melhor
Com bondade a vida cresce
Ser melhor é preservar
Preservar é deixar viver.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Saudade




Entra no peito,
Mas não se conforma de ficar escondida,
Consterna lentamente todo ser.
Saudade não tem segredo,
Abate como febre e não se ver
Desola num deserto sem deserto,
Do caminho certo ao incerto,
Eternizando na alma
Desenfreando a calma.
Um prato insosso impuro,
Que mexe toda conjuntura
Na latente criatura,
Companheira severa
Do corpo e da alma
Que ainda não sei qual dos dois mais sofre...
 Sendo a saudade vilã e egoísta
Maltrata o corpo e a alma contrista.  

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mudança

 


Das pedras ás caatingas
Dos arredores á agrovilas
Triste muda, triste sina
“Dona CHESF” determina
Inocente se retira.

Retiram-se, sob ameaças
De que as águas iam cobrir
Imposição que fracassa   
Familiares sem graça
Uns a descer outros a subir

Tristeza de remoção
Há tédio só de lembrar
Prenuncio sem compaixão
Vira o povo arribação 
Tentando á terra fixar.

Pra convencer as pessoas
Até filme encenaram
Numa ampla imagem boa
Isso não se perdoa
Pois, muitos acreditaram
  
               A filmage agigantada
               Da doce” terra prometida”
               As frutas bem aumentadas
               Inclusive a enxada
               Passando despercebida 
          
               Só Daniel assistia
               Com atenção a cilada
               Muitos se comoviam
               Mas Daniel se tremia
               Com o tamanho da enxada
        
                Até hoje não sabemos
                De muitos seu paradeiro,
                De volta alguns acolhemos
                Com carinhos recebemos
                De tal modo hospitaleiro

                Os que nos procuraram
                Sofreram muito por lá
                Nem sequer acostumaram
                E muitos outros não voltaram
                 Por vergonha de voltar
  
  Com o coração dilapidado
  Da falta de compaixão,
  Foi grande disparidade,
  Excessivamente maldade
  Com mísera indenização.

 





  





Velha Cidade




Jamais poderia esquecer
Dos meus tempos de criança
De tudo na velha cidade
Ainda guardo na lembrança,
Com toda vitalidade
Reconstituo minha saudade
Em regressão a infância.

E nessa volta ao passado
Nitidamente me vejo
Um menino despreocupado
Brincando por todo lado
Cheio de muito desejo.

Desejo de liberdade
Que ainda hoje tenho
De amor e felicidade
De um mundo sem maldade,
Tese que tanto mantenho.                          

Lembro o rio e os barrancos
Que ladeavam suas margens,
Dos banhos quase constantes
Namoricos e amantes
Formavam suas paisagens.

Mesmo sem muita opção
Nunca faltou pra onde ir,
A juventude em ação,
Fazia a programação
Com eventos para curtir.
  
O piquenique não faltava
Era tudo muito bacana,
Numa roça ou numa casa,
Vários grupos se juntavam
Em todo final de semana.

Lugares bem atrativos,
Como bem a pedra branca,
Estudava nossos livros
Os primeiros incentivos
Pra vida que nos confronta.        

No areal das coroas
Com praias ao seu redor,
A curtição tão grande e boa,
Mas o tempo não perdoa
A saudade é bem maior.

A grande pedra do remanso
Ponto lindo e notável,
Quase sempre de relance
Nas secas nos dava chance
De uma curtição inigualável.

A beleza é infinita
A saudade gera dor,
Ponta da pedra bonita
Sem o valor da pepita
Mas lindo Pico do amor

Criei-me por ali brincando
Como um índio curupira,
Nas matas sempre pulando
Sempre livre e vadiando,
Ingênuo e todo caipira.

Vivia a me alimentar
Com nossas frutas nativas,
O tempo lento a passar
Sem de nada reclamar
gozando de tudo na vida.
  
Tucum, quixaba e crioulí, 
Vendo, sei que reconheço.
Jenipapo, araçá, e acessí, 
Maçanzinha, aguapé, marí 
Frutos que jamais esqueço.

Os mesmos representavam
A grande mata ciliar
Do Velho Chico cuidava
Ao lado fortificava
Pra sua vida aturar.

Hoje não se ver um pé
Dessas arvores vigorantes,
Estou perdendo a fé
Pois não sei como é que é
Que este rio vai adiante.

Com tanta perversidade
Contra a vida e a beleza,
Nessa promiscuidade
Transposição é maldade
É acabar com a natureza.

Da velha pra nova cidade
Ouve-se, grande omissão,
Faltou pura idoneidade
Coerência e capacidade,
Amor e compreensão.

Ai que saudade danada
Desse meu velho torrão
Na mente não se apaga
Nada de novo afaga
As dores do coração

Finalmente vou parar
Mas me recordo muito mais
Não posso continuar,
Prefiro me magoar
No refugio com meus ais. 

Honestidade


Onde tu andas?
Por aqui não passou!
Procuro nos rostos,
Nas ações do senhor;
Vejo sem gosto
Moralismo imposto,
Sem força de impor.

Às vezes me corrompo,
Por pouco perceber.
Quem muito percebe
O que há de dizer?
Não há explicação,
Não existe razão,
Para o olho crescer.

Bem pouco se tira
Ao manejar a peneira
Abstrata e extinta
Sem aba nem beira
Na margem esquecida
Desaparecida
Da dura canseira.

           Quanto mais civiliza
           O homem vulgar fica
           A honra mulher
           Nada mais implica
           Esperança sem fé
           Já nem sei o que é,
           Que mais nos complica. 



Dona ética



E lá se foi dona ética
A procura da verdade
Voltou muito frenética
Sem saber na genética
Seu apreço e qualidade.

Cheia de teimosia      
Recorreu mestre glossário
Viu sem muita alegria
A sua filosofia
Vivendo no imaginário.

Minha Prece


Deus da minha imaginação
Transformai tanta maldade
Em amor e felicidade
Livre da dominação
Do castigo da nação
Da luxuria da cidade
Da triste disparidade
Da ganância sem perdão.

Ó Deus tenha compaixão
Da criança pé no chão
Dos que comem que adoece
E de tantos que padecem
Sem um pedaço de pão
Pela falta de ação
E por tudo que acontece
De maldade ao irmão. 

Ó luz brilhante do céu
Nos mostre novo papel
Amenize as injustiças
Dos olhares e cobiças
Do desejo infiel
Agrupado em cartel
Dessa falta de carícia
Impregnada ao léu.

Deus da minha provação
Traga sua perfeição
Para um mundo mais feliz
Pois sempre foi o que quis
Novo rumo e direção
Um projeto de união 
Está escrito é o que diz
Desde o início com Adão. 
  
Portanto, Deus eu te peço
Perdoai os que padecem
E a terra conscientize
Todo homem realize
No pedido dessa prece
Tudo aquilo que merece
A opulência não vise
E para o amor não se feche.








Nossos Caminhos

             



O caminho menos pedregoso e sem espinhos nos leva a crer que é o melhor caminho de se caminhar, mas às vezes nem sempre isso é óbvio. Pois a experiência do viver na adversidade do caminho inserto nos permite a encontrar horizontes perfeitos e nos aperfeiçoar na verdadeira caminhada. Caminhos tortuosos são caminhos que podem corrigir o individuo na peregrinação correta e objetiva que a vida nos proporciona e a gente às vezes deixa de segui-los. Não devemos viver sempre no caminho errado porque a clandestinidade é antiética e a sociedade marginaliza até mesmo o que é ético. O verdadeiro caminho é enfadonho, cansativo e pode nos deixar curioso a querer conhecer o caminho incerto e se apaixonar por ele e não mais voltar ao seu ponto de origem. O verdadeiro caminho é feito com liberdade, nos levando livremente à direção que os nossos desejos cobram e a curiosidade não suporta e se excede sem ter a quem reclamar quando os passos dados não forem relevantes.
Os caminhos estão abertos e livres desde o nascimento de cada um, não é necessário nenhum guia para dizer qual o melhor caminho, mas você mesmo vai descobrir porque o seu maior GPS é o discernimento que Deus lhe deu.