sexta-feira, 1 de março de 2013

Não tenho medo do tempo.




Não tenho medo do tempo que vivo
Mas vivo no tempo com medo do vivo.
No tempo sem tempo para as coisas do tempo
Ocupado no tempo por conta do vivo
Gastando meu tempo sem usar o tempo
Contente ou triste, pelo tempo ignorado,
No tempo certo tempo finalizado.

Não sei qual será meu tempo
Mas com certeza, tempestivo.
Cada segundo um relato, uma lembrança,
Um mutirão de esperança em arquivo
Quantas e quantas pastas salvas
Outras pelo tempo esquecidas
Imperdoável tempo que não para,
Não precisava nem parar nem congelar
Mas deixar a vida sempre renovar.

Sou fruto de um tempo temporal
De um tempo intempestivo nas mudanças
Sou marinheiro sem praia em mar vazio
Sou um lunático no espelho do mar
Conto meu segredo para as plantas
Sem conferir se há audição ou não
Mas tenho medo das falácias.

O tempo me consome e eu não o gasto
Perco meu tempo se muito durmo
Pois dormir será a última coisa da vida
Descanso que será eterno, uma incógnita
Sono infinito ou eterna maravilha.
É certo que o tempo consumirá meu corpo
Adubando a vida vegetal.


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