Não tenho medo do tempo
que vivo
Mas vivo no tempo com medo
do vivo.
No tempo sem tempo para as
coisas do tempo
Ocupado no tempo por conta
do vivo
Gastando meu tempo sem
usar o tempo
Contente ou triste, pelo
tempo ignorado,
No tempo certo tempo
finalizado.
Não sei qual será meu
tempo
Mas com certeza,
tempestivo.
Cada segundo um relato,
uma lembrança,
Um mutirão de esperança em
arquivo
Quantas e quantas pastas
salvas
Outras pelo tempo esquecidas
Imperdoável tempo que não
para,
Não precisava nem parar nem
congelar
Mas deixar a vida sempre
renovar.
Sou fruto de um tempo
temporal
De um tempo intempestivo
nas mudanças
Sou marinheiro sem praia
em mar vazio
Sou um lunático no espelho
do mar
Conto meu segredo para as
plantas
Sem conferir se há audição
ou não
Mas tenho medo das
falácias.
O tempo me consome e eu
não o gasto
Perco meu tempo se muito
durmo
Pois dormir será a última
coisa da vida
Descanso que será eterno, uma incógnita
Sono infinito ou eterna
maravilha.
É certo que o tempo
consumirá meu corpo
Adubando a vida vegetal.
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