Pardal
Entrando foi o pardal
Pouco a pouco na cidade
Conquistou o povo urbano
Cheio de felicidade
Em turma como cigano
Com astucioso plano
Aumentou em quantidade.
Na nova civilização
Come e bebe todo dia
Sem saudade do passado
Pela seca que havia
Cá na sede é encorajado
É mesmo desaforado
Invasor de moradia.
Não é como andorinha
Que volta em cada verão
Bebe água de torneira
Sem nenhuma inibição
E se a dama der bobeira
Vacilar qualquer besteira
Come junto com o patrão
O pardal e a pardoca
Aninham nas residências
Solta sempre seu piolho
Tumultua com freqüência
No canteiro o repolho
A alface em refolho
É picado sem clemência
O elemento é demente
Não respeita o cidadão
Quando a fome nele chega
Da uma de espião
Flerta pelo telhado
E se ver desocupado
Mergulha no caldeirão
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